sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Culpa dos cabelos.


“PERDEU-SE dele logo após encontrá-lo, numa véspera de São João. Não sabia que ia perdê-lo, não sabia sequer que iria encontrá-lo. Não sabia também da véspera - junho, São João.”

(Caio Fernando Abreu: Os dragões não conhecem o paraíso)

Só ela sabe e guardava esse segredo consigo.
O tinha visto naquela tarde, naquele lugar que lhe era familiar, nem sabia de sua existência, mas o notara desde o primeiro momento – quando saído de dentro do seu automóvel chega mais perto e cumprimenta um amigo em comum e aos demais (não a ela em especial) – para si não tinha importância, era apenas mais um simpático e que lhe atraia pelo fato de não atrair mais ninguém.
Sem que entendesse ela o encontrava casualmente e deixava tudo da mesma forma que havia sido no “primeiro encontro”... Ela agora o conhecia, ele continuava sem saber. Nada foi forçado, mas ela não sabe quando nem como foi notada. O que havia de acontecer, foi. Ela apenas tentava propiciar encontros (sem que ele notasse sua presença), mas juntos. Alguém dos sonhos, das vontades, dos desejos mais profundos. Motivo de comentários e questionamentos para com os amigos ou até mesmo com aqueles que eram amigos do dito. Tinha que haver uma chance, alguma descoberta importante sobre. Buscou, fuçou e descobriu que sua presa era fácil. “Ele é uma pessoa dada.” Disseram.
Não queria mais ser anônima, mas também não iria assumir-se. Foi ser amiga, conhecida, mas amiga só.
Mas como diria, o destino encarregou-se de surpreender a sofredora de amor e numa noite despretensiosa, numa festa de música caipira ela teve a oportunidade que precisava e viveu.
Foi muito feliz, gostou, apaixonou-se, iludiu-se, decepcionou-se e continuou sendo amiga e continuará o sendo, se o acaso/destino permitir...

*Um breve relato sobre a longa história dos cabelos culpados.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Retroceder.

Porque tudo está vindo como um carro com a marcha à ré engatada. Disparado.
Atropelando até o bom senso, capacidade de raciocínio, inteligência.
Revirando o estômago, os miolos, os sentimentos.
Deixando insuportável... Causando insônia, cansaço, desânimo e bode das pessoas.
Porém as contra indicações tenham sido expostas com antecedência, a teimosia foi além!
Ora, que mal tem tentar?
Que mal há em gostar?
Insistir no erro não!
Persistir!
Eu.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O impulso da vida.

A vida se manifesta da forma mais espontânea e insistente possível: Tenho uma alma que anseia por existir, uma energia que é total impulso e que sente necessidade de se afirmar e aos seus desejos. Esta espontaneidade nua e crua, pode me levar a sentir dificuldade em fingir, mascarar. Eu não tenho muita habilidade para jogos, e até mesmo quando outros aspectos sugerem um perfil jogador não tenho muita paciência para elaborações e meias voltas. Minha cabeça aponta numa direção e corre para lá, tendo minha vida quase que toda submetida aos curtos prazos, às realizações instantâneas: tudo para agora, de preferência para ontem.
O que eu preciso aprender é a saber que nem sempre é necessário dar cabeçadas. Não existiriam caminhos mais sutis para o triunfo? Máscaras podem me parecer ridículas, mas quando se vive em sociedade é preciso compreender que não é sensato ser 100% autêntico. "Jogar" termina sendo um aprendizado necessário, o que não significa que você termine contrariando sua natureza, em absoluto. É preciso também aprender a reconhecer as perdas e os fracassos como partes essenciais do desenvolvimento, como processos da vida, da própria natureza humana.
Muitas vezes, pode parecer que eu queira ter poder sobre os outros, mas isso não é necessariamente verdade. Desejo ser apenas eu mesma, expressar o que tenho vontade, agir conforme me dá na telha. Meu temperamento é apaixonado, e se outros fatores não equilibrarem esta "paixão", posso correr o risco de ser veemente demais, quase fanática e querendo impor meus gostos e preferências a todos à minha volta.
Preciso aprender a lidar com as limitações do cotidiano. Sobretudo, aprender que o confronto direto nem sempre é a melhor ou a mais inteligente pedida. Também aprender a controlar meu impulso dramático e exagerado. "Berrar" funciona quando se é criança, e sob diversos aspectos pareço uma.